Confecção
:
Estas
quantidades são as habituais para um leitão de 8 kg a 8,5 kg,
podendo ser sensivelmente alteradas conforme o tamanho do
leitão ou o gosto de cada um.
Depois de tudo muito bem pisado, junta-se ainda um pouco de
azeite.
Há, também, quem use misturar um pouco de vinho branco da (uma
ou duas colheres de sopa).
O leitão é agora enfiado na vara (espeto), entrando esta pelo
o ânus que, entretanto, se alargou o suficiente, saindo pela a
boca cerca de um palmo.
Amarram-se seguidamente as pernas à vara com um arame fino,
ficando as mãos livres.
A vara costuma ser de pinheiro bem seco (para não transmitir ao
leitão sabor a resina) e previamente «queimada», devendo ter
o comprimento necessário para que, metida até ao fundo do
forno, fique de fora cerca de um metro, pelo menos.
Seguidamente, o leitão é muito bem barrado com o tempero
descrito, tanto exterior como interiormente, introduzindo o
restante na barriga e em todas as partes vazias.
É costume também picar as coxas e as espáduas do leitão com
uma agulha grossa e introduzir o mesmo tempero nessas picadelas.
Cozem-se depois os golpes abertos na barriga e entre as mãos
(ou pescoço) com uma agulha chamada «agulha do leitão» (tipo
de cozer sacos mas mais pequena) e um fio incolor de linho ou de
algodão.
O leitão está pronto para entrar no forno.
O leitão deverá assar lentamente, cerca de duas horas para um
leitão médio.
A vara juntamente com o leitão, vai sendo rodada proporcionando
diferentes posições para que o assado fique uniforme,
residindo aí o segredo do assador.
Durante a assadura, o leitão é por vezes retirado do forno
(não da vara) e borrifado com bom vinho branco.
Estes borrifos periódicos feitos com um raminho de carqueja ou
de louro (este é mais usado) têm por finalidade não deixar
que a pele enfole e rebente, ficando com mau aspecto.
Isto melhora também o sabor da dita pele, não a deixa queimar
em demasia e, o que é mais importante, torna-a estaladiça,
fácil de cortar e de comer.
Esta operação é complementada com a saída do leitão do ar
quente para o ar frio, «constipando-o» como aqui dizem.
A pele do leitão é um elemento de avaliação da categoria do
assador.
Quando rodar a vara e o leitão não acompanhar bem os
movimentos desta ou, como aqui se diz, quando a «vara está
larga», poderemos considerá-lo praticamente assado.
O leitão já não está agarrado à vara como no início,
dançando um pouco.
Se ele foi assado como se disse, terão decorridos duas horas.
É o momento de o retirar do forno, fazendo-lhe depois um
pequeno orifício na barriga, para lhe retirar o molho líquido
que aí se juntou.
Durante a assadura, parte desse molho vai escorrendo também,
pelo que é conveniente ter por baixo do leitão uma pequena
vasilha que o aproveitará.
O acto de retirar do forno deve ser feito com cuidado para uma
travessa ou tabuleiro de madeira, onde se coloca inteiro e
deitado.
Tradicionalmente o leitão vai para a mesa inteiro, numa
travessa com o comprimento necessário, com uma espiga de milho
na boca ou, na falta desta, uma laranja inteira.
Contorna-se com rodelas de laranja.
No entanto, há quem lhe coloque à volta salada ou o apresente
sem mais nada.
O anfitrião, com o auxílio de uma tesoura de trinchar ou,
muitas vezes, com uma tesoura de podar videiras, parte-o em
pedaços, servindo-o de seguida.
Normalmente serve-se quente ou morno, mas há quem o prefira
frio.
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