Ovos-moles de
Aveiro
Ingredientes:
- 8
gemas de ovos ;
- 300 g de açúcar ;
- 60 g de farinha de arroz
Confecção:
Leva-se
o açúcar ao lume com um copo de água e deixa-se ferver até fazer
ponto de espadana (117º C).
Entretanto, dissolve-se a farinha de arroz em 1,5 dl de água fria.
Adiciona-se o açúcar a esta solução e leva-se a mistura a cozer
durante 5 minutos.
Retira-se a mistura do lume, deixa-se arrefecer um pouco e junta-se
uma pequena porção deste preparado morno ás gemas. Misturam-se os
dois elementos e leva-se tudo novamente ao lume para cozer as gemas e
engrossar, até os ovos-moles terem a espessura desejada.
Servem para rechear moldes de hóstia ou encher barricas de madeira.
Antigamente,
por uma questão de poupança, juntava-se aos ovos-moles arroz cozido
ou farinha de arroz. Essa prática é ainda hoje frequente, embora
negada por todos os fabricantes de ovos-moles de Aveiro. Há também
quem utilize a água de cozer o arroz sem ser lavado.
fonte: Editorial Verbo
REGIÃO: Beira Litoral.
DENOMINAÇÃO: Ovos Moles de Aveiro.
PARTICULARIDADES: A massa do doce de ovos usada, embora consistente, é
muito cremosa e obtida exclusivamente através de açúcar em ponto e gemas
de ovos muito frescos, na sua confecção, não deve ser mexida em círculo
(para não ficar estriada), mas aproximando e afastando a colher do
operador.
DESCRIÇÃO: A «massa de doce de ovos» é comercializada em barricas de
madeira pintadas exteriormente com barcos moliceiros e outros motivos da
Ria de Aveiro. Também se apresenta em tacinhas de cerâmica e ainda
envolvida em hóstia (massa especial de farinha de trigo), moldada nas
mais diversas formas de elementos marinhos, como amêijoas, peixes,
bateiras, conchas e búzios, que são passados por uma calda de açúcar
para os tornar opacos a dar mais consistência.
HISTÓRIA: Doce Regional, tradicional da pastelaria aveirense, cuja
fórmula e método de produção original se deve às freiras dos vários
conventos aqui existentes até ao século XIX - dominicanas, franciscanas
a carmelitas. Extintos os conventos, o fabrico dos ovos moles
manteve-se, graças a senhoras educadas pelas referidas freiras.
Desde o início da linha de caminho de ferro Porto-Lisboa que é
tradicional a sua venda na paragem dos comboios da estação de Aveiro,
feita por mulheres usando trajes regionais.
USO: Como sobremesa ou guloseima ou mesmo como lembrança de visitantes
para os seus familiares e amigos.
SABER FAZER: As gemas de ovos, depois de cuidadosamente desclaradas e
misturadas, junta-se cerca de metade do peso de açúcar em ponto, de
«estrada» a «bola rija», já frio. Mexendo sempre para o mesmo lado com a
colher de pau, evitando os círculos, leva-se ao lume até se ver o fundo
da caçarola de cobre.
CLASSIFICAÇÃO GENÉRICA: Doce Regional.
in
"Ovos Moles de Aveiro"
da
Confraria Gastronómica
de S. Gonçalo de Aveiro
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