Descobriu que
o Algarve é uma espécie de palavra mágica, e que aliada a um vinho de
qualidade, pode levar o produto muito longe, lá fora. O produtor, Rui
Virgínia, diz que se trata de ter uma filosofia de vinhos.
Na
Universidade de Évora diz ter sido colega dos melhores enólogos do país. E
eles, sempre que vinham ao Algarve, perguntavam-lhe porque não produzia na
região vinhos com qualidade. Acabou por aceitar o desafio.
Rui
Virgínia, de 37 anos, é o proprietário da Quinta do Barranco Longo, em
Algoz. Dos 60 hectares de exploração que dispõe, 12 estão ocupados com
vinha moderna. O projecto já tem 8 anos. Os primeiros vinhos saíram em
2004 com data de 2003. Foram vendidas 9 mil garrafas de rosé e
tintos.
Em Outubro passado, a convite do ICEP, os vinhos do
Barranco Longo estiveram presentes no Wine Show London, um dos maiores
certames da capital britânica dedicados ao consumidor de vinhos. E foi aí
mesmo que o estreante monocasta Touriga Nacional 2004 conseguiu ser
seleccionado pelo conceituado crítico de vinhos britânico Oz Clarke, para
integrar uma prova temática que se repetiu em dois dias de
feira.
Nesta altura projectos não faltam. Rui Virgínia quer
rentabilizar a sua exploração agrícola dotando-a de estruturas com
qualidade para proporcionar visitas à vinha e prova de vinhos. A ideia é
ter também no Barranco Longo um restaurante, sala de provas, um show room,
loja com produtos artesanais, e as tais visitas guiadas, não só pela vinha
como pelos citrinos.
Este ano, na Quinta do Barranco, foram
produzidas 50 mil garrafas de vinho. Em breve Rui Virgínia conta chegar às
100 mil. Os mercados alvos são os nórdicos e os anglos saxónicos.
E
porque acredita no potencial algarvio enquanto produtor de vinhos de
qualidade, apela aos produtores que adoptem novas imagens, que optem pela
diferenciação do produto.
Baixa
Densidade
LIVRO CONTA
HISTÓRIA DO VINHO ALGARVIO
Já houve um
tempo em que o Algarve era uma terra produtora de vinho. Litoral fora,
quando a areia ainda estava longe se ver assento de estradas, casas, e
outros frutos do chamado desenvolvimento.
Depois veio o declínio.
Em pouco mais de 50 anos quase deixou de se produzir vinho na região.
Estávamos em meados do século XX.
Hoje, há gente nova, novas
técnicas de produção de vinho, novas apostas, novas vontades, novos
saberes e a introdução de outras castas que permitem falar no” renascer de
uma velha tradição…”
Esse passado, o presente, e o futuro que uma
nova tendência vitivinícola permite adivinhar, é o que trata o livro “A
Vinha e o Vinho no Algarve. História e Actualidade”.
Destina-se a
um público vasto que nutra interessa pelas questões da história e pela do vinho
em particular. É um trabalho que resulta de um desafio lançado pela Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento da Região do Algarve ao Departamento de História,
Arqueologia e Património da Universidade do Algarve: reconstituir as principais
linhas históricas da vinha e do vinho da região. Sob a coordenação de João Pedro
Bernardes e Luís Filipe de Oliveira, o Centro de Estudos do Património reuniu,
em 2005, uma dezena de especialistas. Várias instituições colaboraram, com o
sejam a Direcção Regional de Agricultura.
E foi possível não só aceitar o desafio como levá-lo a bom
porto. Para além da história fica registada outra informação, mais
específica, com a inserção de caixas temáticas, de gráficos e de mapas ao
longo da publicação. Ao mesmo tempo, os textos são acompanhados por
fotografias que ilustram as diversas fases do ciclo vegetativo da vinha e
do processo de vinificação. Trata-se de fotos tiradas em adegas da região
que ajudam a perceber essa “nova tendência vitivinícola” no
Algarve.
Edição Limitada Disponível nas livrarias a partir de
meados de Setembro.
ROLHA DE CORTIÇA NO VINHO FAZ BEM À SAÚDE
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A rolha de cortiça
está a ser alvo de discriminação face à crescente utilização, por
parte dos produtores de vinho, de rolhas sintéticas.
Por
considerar a situação preocupante, a Associação de Industriais e
Exportadores de Cortiça do Baixo Alentejo e Algarve, encomendou ao
INETI, Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, um
estudo especial. No sentido de descobrir que efeitos tem no vinho, e
na saúde de quem o bebe, o uso de rolhas em cortiça.
Os
resultados foram revelados durante as III Jornadas Técnicas da
Cortiça e do Vinho, realizadas em São Brás de Alportel. São
surpreendentes e traduzem-se numa mais valia para a promoção de
ambos os produtos. Efectivamente, diz o INETI, o contacto entre o
vinho e a cortiça, além de benefícios para o vinho, traz vantagens
para a saúde. Levam à produção de compostos antitumor que podem ser
até 250 vezes mais potentes que os fármacos utilizados na medicina.
Ou seja, ao contrário dos vedantes sintéticos que apenas servem para
isso mesmo, vedar, a cortiça também influencia positivamente o
vinho.
Ao “afirmar” que os consumidores de vinho vedado com
rolhas de cortiça estão mais seguros a nível da saúde, o estudo do
INETI surge na defesa de um dos sectores mais importantes da
economia nacional.
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In
Informal - Boletim Informativo da CCDR Algarve
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