Francos, povo de antiquíssimas tradições vitícolas, que incrementaram a produção de vinho nesta região, tradição que ainda hoje prevalece.
Situada no litoral Oeste a Sul de Lisboa, é nesta região vitivinícola que se produz o famoso e tão apreciado Moscatel de Setúbal.
Esta região pode dividir-se em duas zonas orográficas completamente distintas: uma a Sul e Sudoeste, montanhosa, formada pelas serras da Arrábida, Rosca e S. Luís, e pelos montes de Palmela, S. Francisco e Azeitão, estes recortados por vales e colinas, com altitudes entre os 100 e os 500 m. A outra, pelo contrário, é plana, prolongando-se em extensa planície junto ao rio Sado.
O clima é misto, subtropical e mediterrânico. Influenciado pela proximidade do mar, pelas bacias hidrográficas do Tejo e do Sado, e pelas serras e montes que se situam na região, tem fracas amplitudes térmicas e um índice pluviométrico que se situa entre os 400 a 500 mm.
Os solos são argilo-arenosos ou franco-argilo-arenosos, calcários com ligeira alcalinidade, alguns deles compactos e férteis.
A qualidade dos vinhos desta região justificou o reconhecimento das Denominações de Origem Controladas "Setúbal" para a produção do vinho generoso, e "Palmela", na qual, para além dos vinhos branco e tinto, se inclui também a produção de vinho frisante, espumante, rosado e licoroso.
O Vinho com IG "Península de Setúbal" produz-se em todo o distrito de Setúbal.
IGP "Penísula de Setúbal"
Legislação Base
Portaria n.º 394/2001, de 16 de Abril (com excepção do seu anexo III, que foi revogado), Portaria n.º 695/2009, de 29 de Junho, Decreto-Lei n.º 212/2004, de 23 de Agosto e Reg. (CE) nº 1234/2007 do Conselho, de 22 de Outubro, com as alterações introduzidas pelo Reg. (CE) nº 491/2009, do Conselho de 25 de Maio.
Área Geográfica
Abrange todo o distrito de Setúbal
Castas Aptas à Produção de Vinho com IG "Penísula de Setúbal"
Tintas
Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Alvarelhão, Alvarelhão-Ceitão, Amaral, Amor-Não-Me-Deixes, Amostrinha, Aragonez (Tinta Roriz), Aramon, Arjunção, Baga, Barca, Barreto, Bastardo, Bastardo-Tinto, Bonvedro, Borraçal, Bragão, Branjo, Cabernet-Franc, Cabernet-Sauvignon, Caladoc, Calrão, Camarate, Carignan, Carrega-Burros, Carrega-Tinto, Casculho, Castelã, Castelão (Periquita), Castelino, Casteloa, Cidadelhe, Cidreiro, Cinsaut, Concieira, Coração-de-Galo, Cornifesto, Corropio, Corvo, Doçal, Doce, Donzelinho-Tinto, Engomada, Esgana-Cão-Tinto, Espadeiro, Espadeiro-Mole, Farinheira, Ferral, Galego, Gamay, Gonçalo-Pires, Gorda, Gouveio-Preto, Graciosa, Grand-Noir, Grangeal, Grenache, Grossa, Jaen, Labrusco, Lourela, Malandra, Malvarisco, Malvasia-Preta, Manteúdo-Preto, Mário-Feld, Marufo, Melhorio, Melra, Merlot, Molar, Mondet, Monvedro, Moreto, Moscatel-Galego-Tinto, Mourisco, Mourisco-de-Semente, Mourisco-de-Trevões, Negra-Mole, Nevoeira, Padeiro, Parreira-Matias, Patorra, Pau-Ferro, Pedral, Pêro-Pinhão, Petit-Bouschet, Petit-Verdot, Pexem, Pical, Pilongo, Pinot-Noir, Português Azul, Preto-Cardana, Preto-Martinho, Rabo-de-Anho, Rabo-de-Lobo, Rabo-de-Ovelha-Tinto, Ramisco, Ramisco-Tinto, Ricoca, Rodo, Roseira, Rufete, Saborinho, Santareno, São-Saul, Sevilhão, Sousão, Syrah, Tannat, Teinturier, Tinta, Tinta-Aguiar, Tinta-Aurélio, Tinta-Barroca, Tinta-Bastardinha, Tinta-Caiada, Tinta-Carvalha, Tinta-Fontes, Tinta-Francisca, Tinta-Lameira, Tinta-Lisboa, Tinta-Martins, Tinta-Mesquita, Tinta-Miúda, Tinta-Negra, Tinta-Penajoia, Tinta-Pereira, Tinta-Pomar, Tinta-Porto-Santo, Tinta-Tabuaço, Tintinha, Tinto- Cão, Tinto-Sem-Nome, Touriga-Fêmea, Touriga-Franca, Touriga-Nacional, Transâncora, Trincadeira (Tinta Amarela), Valdosa, Varejoa, VerdelhoTinto, Verdial-Tinto, Vinhão, Xara, Zé-do-Telheiro e Zinfandel.
Brancas
Alicante-Branco, Almafra, Almenhaca, Alvadurão, Alvar, Alvarelhão-Branco, Alvarinho, Antão Vaz, Arinto (Pedernã), Arinto-do-Interior, Arns-Burguer, Avesso, Azal, Babosa, Barcelo, Bastardo-Branco, Batoca, Beba, Bical, Boal-Barreiro, Boal-Branco, Boal-Espinho, Branco-Desconhecido, Branco-Especial, Branco-Gouvães, Branco-Guimarães, Branco-João, Branda, Budelho, Cainho, Caracol, Caramela, Carão-de-Moça, Carrasquenho, Carrega-Branco, Cascal, Castelão-Branco, Castelo-Branco, Cerceal-Branco, Cercial, Chardonnay, Chasselas, Chasselas-Sabor, Chasselas-Salsa, Chenin, Côdega-de-Larinho, Colombard, Cornichon, Corval, Crato-Espanhol, Dedo-de-Dama, Diagalves, Dona-Branca, Dona-Joaquina, Donzelinho-Branco, Dorinto, Encruzado, Esganinho, Esganoso, Estreito-Macio, Fernão-Pires (Maria Gomes), Folgasão, Folha-de-Figueira, Fonte-Cal, Galego-Dourado, Gigante, Godelho, Gouveio, Gouveio-Estimado, Gouveio-Real, Granho, Jacquere, Jampal, Lameiro, Larião, Leira, Lilás, Loureiro, Luzidio, Malvasia, Malvasia-Bianca, Malvasia-Branca, Malvasia-Branca-de-São-Jorge, Malvasia-Cândida, Malvasia-Fina, Malvasia-Parda, Malvasia-Rei, Malvasia-Romana, Manteúdo, Molinha, Moscadet, Moscatel-Galego-Branco, Moscatel-Graúdo, Moscatel-Nunes, Mourisco-Branco, Muller-Thurgau, Pé-Comprido, Perigo, Perrum, Pinheira-Branca, Pinot-Blanc, Pintosa, Praça, Promissão, Rabigato, Rabigato-Franco, Rabigato-Moreno, Rabo-de-Ovelha, Ratinho, Riesling, Roupeiro-Branco, Sabro, Samarrinho, Santoal, São-Mamede, Sarigo, Sauvignon, Semilão, Semillon, Sercial (Esgana-Cão), Síria (Roupeiro), Tália, Tamarez, Terrantez, Terrantez-da-Terceira, Terrantez-do-Pico, Touriga-Branca, Trajadura, Trincadeira-Branca, Trincadeira-das-Pratas, Uva-Cão, Uva-Cavaco, Uva-Salsa, Valente, Valveirinho, Vencedor, Verdelho, Verdial-Branco, Viognier, Viosinho e Vital.
Características Organolépticas
Vinhos Tintos
Muito diversos apresentam um grande leque de opções:
Monocastas, estagiados ou não em pipas de carvalho - regra geral, exibem intensos aromas à casta, são estruturados e na boca complementam a impressão olfactiva com boa estrutura e fruta bem presente.
Variadas combinações de castas - podem encontrar-se vinhos mais ou menos estruturados, com aromas de frutos vermelhos, frutos silvestres, frutos secos e especiarias. Na prova manifestam-se mais ou menos cheios e/ou complexos com diversas gradações de frutado e/ou especiarias, consoante os vinhos.
Vinhos Brancos
Consideram-se, essencialmente, três tipos distintos:
Com predominância de Fernão Pires - apresentam-se, regra geral, com boa acidez e frutados tanto no aroma como no paladar.
Maioritariamente de Moscatel - ostentam um aroma exuberante à casta, com notas de frutos e flores. Na boca impressionam pelo seu paladar exótico, onde flores e frutos se combinam numa intensidade e harmonia notáveis.
Fermentado e/ou estagiado em meias pipas de carvalho - vinhos bem estruturados e com forte personalidade, exibindo normalmente, aromas e paladares complexos, onde se podem percepcionar frutos exóticos, frutos secos e flores.
DOP "Setúbal"
Legislação Base
Portaria n.º 793/2009, de 28 de Julho e Decreto-Lei n.º 212/2004, de 23 de Agosto e Reg. (CE) nº 1234/2007 do Conselho, de 22 de Outubro, com as alterações introduzidas pelo Reg. (CE) nº 491/2009, do Conselho de 25 de Maio.
Área Geográfica
A área geográfica correspondente à Denominação de Origem Controlada "Setúbal" abrange os concelhos de Montijo,Palmela e Setúbal e a freguesia do Castelo do município de Sesimbra.
Castas
Tintas e Rosadas
Aragonez (Tinta Roriz), Bastardo, Castelão (Periquita), Touriga-Franca, Touriga-Nacional, Trincadeira (Tinta-Amarela), Moscatel-Galego-Roxo (Moscatel-Roxo).
Brancas
Antão-Vaz, Arinto (Pedernã), Fernão-Pires (Maria-Gomes), Malvasia-Fina, Moscatel-Galego-Branco, Moscatel-Graúdo (Moscatel-de-Setúbal), Rabo-de-Ovelha, Roupeiro-Branco, Verdelho e Viosinho.
Características Organolépticas
Vinhos Tintos
Com produção muito limitada e por isso menos conhecido que o vinho branco, tem o aroma mais seco e complexo, mas não menos rico. A prova excede as expectativas criadas no aroma. Envelhecem nobremente
Vinhos Brancos
Este vinho licoroso é caracterizado pelas suas especiais qualidades de aroma e sabor, peculiares e inconfundíveis, resultantes das castas e das condições edafo-climáticas. De cor dourada, que vai do topázio claro ao âmbar, e aroma floral exótico, com toques de mel, tâmaras e laranja.
Notas:
1. No vinho branco DO Setúbal, a casta Moscatel de Setúbal tem de representar no mínimo 67% do mosto.
2. No Vinho tinto DO Setúbal, a casta Moscatel Roxo, tem de representar no mínimo 67% do mosto.
3. As designações tradicionais "Moscatel de Setúbal", "Moscatel Roxo" ou "Roxo" só podem ser usadas quando estas castas contribuam com, pelo menos 85% do mosto utilizado.
DOP "Palmela"
Legislação Base
Portaria n.º 783/2009, de 24 de Julho, Decreto-Lei n.º 116/99, de 14 de Abril (excepto o seu artigo 3º), Decreto-lei nº 212/2004, de 23 de Agosto e Reg. (CE) nº 1234/2007 do Conselho, de 22 de Outubro, com as alterações introduzidas pelo Reg. (CE) nº 491/2009, do Conselho de 25 de Maio.
Área Geográfica
A área geográfica correspondente à Denominação de Origem Controlada "Palmela" abrange os concelhos de Montijo, Palmela e Setúbal e a freguesia do Castelo do concelho de Sesimbra.
Castas
Tintas e Rosadas
Alicante-Bouschet, Aragonez (Tinta-Roriz), Bastardo, Cabernet-Sauvignon, Castelão (Periquita), Merlot, Petit-Verdot, Syrah, Tannat, Tinta-Miúda, Tinto-Cão, Touriga-Franca, Touriga-Nacional, Trincadeira (Tinta-Amarela) e Moscatel-Galego-Roxo (Moscatel-Roxo).
Brancas
Alvarinho, Antão-Vaz, Arinto (Pedernã), Chardonnay, Fernão-Pires (Maria-Gomes), Loureiro, Malvasia- Fina, Moscatel-Galego-Branco, Moscatel-Graúdo (Moscatel-de-Setúbal), Pinot-Blanc, Rabo-de-Ovelha, Roupeiro-Branco, Sauvignon, Semillon, Verdelho e Viosinho.
Características Organolépticas
Vinhos Tintos
Encorpados, de cor intensa e aroma cheio onde predominam os frutos secos e as especiarias. Com o envelhecimento amaciam, tornando-se mais finos.
Vinhos Brancos
Estes vinhos, elaborados com predominância da casta Fernão-Pires, exibem aroma frutado.
Notas:
1. No vinho tinto, a casta Castelão, tem de representar no mínimo 66,7% do mosto.
2. O vinho rosado, o vinho base para vinho frisante, o vinho espumante e o vinho licoroso são elaborados a partir das castas aptas, sem restrição de percentagem mínima.
fonte: Instituto do Vinho e da Vinha |
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